ABSTRACT
Descreve os resultados de uma pesquisa feita sobre uma amostra de 1.115 pré-escolares (5 anos) de jardins de infância da cidade de Córdoba (Argentina) com o objetivo de esclarecer a prevalência e distribuiçäo da cárie dental segundo o nível socioeconômico. O estudo revelou que em relaçäo a 1973, a prevalência de cáries diminuiu 55,0 por cento, enquanto a proporçäo de crianças com dentes sadios foi maior (26,7 por cento). A freqüência e gravidade da cárie aumentou na medida em que a posiçäo social da criança era mais baixa. No nível socioeconômico maior (NES I = burguesia empresarial e gerencial), os índices de cáries foram significativamente menores do que os do nível socioeconômico menor (NES III = proletariado típico, proletariado näo típico e subproletariado): ceo-d de 0,8 e 2,7 e ceo-s de 0,9 e 4,9, respectivamente. No NES III, os principais componentes do ceo-d foram dentes cariados e com extraçäo indicada: no NES I foram dentes obturados. A percentagem de crianças sem experiência de cáries foi 63,1 por cento no NES I e 11,5 por cento no NES III. Pelo contrário, o índice de saúde bucal resultou maior no NES I (8,8) do que no NES III (5,1). O gasto requerido por crianças para o tratamento restaurativo é praticamente duas vezes e meia maior no NES III do que no NES I. Considerando toda a amostra, a despesa no NES III seria dez vezes mais do que no NES I. Pode-se inferir que a programaçäo da assistência odontológica, dando prerrogativa às crianças do NES III, que têm maior risco de adoecer, pode contribuir para oferecer resistência aos desníveis na saúde bucal